sábado, 1 de junho de 2013

A Infantaria

"Embora eu seja um soldado de cavalaria desde meu berço, a cada vez que eu assisto a Infantaria avançando com seu passo decidido, firme, com baionetas caladas e o ameaçador som do tambor,  sinto uma emoção que tem algo de reverência e medo,  não sei como expressá-lo. Tudo o que vem à mente ao ver uma formação de Hussardos ou Ulanos passado voando é a ideia de que são rapazes valentes, quão bem eles montam, como cruzam vigorosamente os sabres! Pobre do inimigo, e isso geralmente consiste em feridas mais ou menos graves ou cativeiro, e nada mais. Mas quando as colunas de infantaria partem em direção ao inimigo com a sua marcha rápida, suave e disciplinada, não há rapazes valentes, tudo está acabado: são heróis que carregam a morte inevitável ou trazem a morte inevitável para si – não há meio termo. O cavaleiro galopa para cima, galopa para longe, fere, passa de volta, vem novamente e às vezes mata; mas cada um de seus movimentos é eloquente da misericórdia para o inimigo: tudo isso é apenas o prenúncio de morte. Mas a formação de infantaria é a própria morte, a morte terrível e inevitável."

– Capitão de Cavalaria Nadezhda Durova,
   Batalha de Borodino, 1812

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